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segunda-feira, 23 de abril de 2012

LABORATÓRIO DE ESTUDOS DO TEXTO: AÇÕES MAIS RECENTES

O objetivo geral deste post é de apresentar alguns projetos desenvolvidos no Laboratório de Estudos do Texto (LET) durante os anos de 2011 e 2012. As atividades deste Programa de Extensão têm por base textos dos mais diversos gêneros para desenvolver trabalhos extensionistas de maneira que se sustentem em procedimentos metodológicos configurados como atividades de ensino e/ou pesquisa, outros dois pilares de sustentação da instituição de ensino superior. Dessa maneira, visam a fortalecer o Curso de Licenciatura em Letras e o Mestrado em Linguagem, Identidade e Subjetividade, tanto do ponto de vista de infraestrutura quanto de conteúdos das áreas específicas. Os procedimentos metodológicos abarcam seleção, leitura, discussão, escrita e análise de textos de diversos gêneros; grupos de estudo; oferta de cursos; eventos específicos; coordenação e assessoria a projetos socioeducacionais; participação em eventos e publicação dos resultados das ações. Entre os resultados alcançados no período que ora se apresenta destacam-se cursos, projetos de extensão, um subprograma de extensão, um evento e grupos de estudos. Conclui-se que os desafios contemporâneos exigem a busca incessante para aperfeiçoar e rever os modelos institucionalizados de saber, de maneira que sejam saberes emancipadores veiculados por uma linguagem igualmente emancipadora. Cabe à comunidade acadêmica, discentes, docentes, pesquisadores e extensionistas intensificar e diversificar as atividades formadoras, de modo que não só o indivíduo mas a sociedade como um todo seja beneficiada.

Introdução

Os projetos desenvolvidos no LET visam a promover a interface entre ensino, pesquisa e extensão e a ampliação do diálogo entre as diversas áreas do conhecimento de modo que se produzam novos conhecimentos demandados pelas necessidades sociais. Nesse sentido, as atividades de pesquisa do grupo vêm demonstrando e intensificando a preocupação com a “inserção social”, ou seja, a relação que se estabelece entre o que a universidade produz e a sua comunidade. Da mesma maneira, a extensão universitária é o processo educativo, cultural e científico que articula o Ensino e a Pesquisa de forma indissociável e viabiliza a relação transformadora entre a Universidade e a Sociedade. Indo mais além, podemos dizer que a multidisciplinaridade é o eixo de referência, pois rompe com a predominância das disciplinas, promovendo o entrelaçamento das fronteiras e a intervenção, de maneira direta e também indireta, nas estruturas acadêmicas, educacionais e sociais.
Com vistas a essa abordagem, o “Laboratório de estudos do texto” é um Programa de Extensão aprovado na UEPG pela Resolução CEPE N. º217, de 13/12/2007. Em quatro anos de funcionamento, destina-se a sediar projetos voltados para áreas de interesse que se relacionam ao trabalho com textos e/ou áreas correlatas. Por meio de atividades de leitura, escrita, análise e discussão de textos dos mais diversos gêneros, neste espaço propomos congregar projetos direcionados para: a) oferta de cursos e minicursos; b) projetos de pesquisa que desenvolvem também trabalhos de extensão e ensino (basicamente, grupos de estudos que envolvam acadêmicos de iniciação científica e fomentem as linhas de pesquisa dos Cursos de Letras); c) projetos que contemplam a formação de professores; d) trabalhos com leitura e escrita que atendam a demandas de estratos sociais para os quais essas atividades sejam relevantes. Assim, o LET busca alicerce no diálogo entre extensão e procedimentos metodológicos que envolvam atividades relacionadas a ensino e pesquisa.
Com relação à infraestrutura, dispõe de uma sala de 45 m2 na qual estão distribuídas cinco mesas com quatro cadeiras, somando 20 acomodações, uma bancada com sete computadores, uma tevê, estante para acomodar aproximadamente 450 livros disponíveis (atualmente) para pesquisa no laboratório, quatro computadores (um desktop, um notebook e dois notebooks) e impressora para serviços administrativos e para os trabalhos dos docentes e discentes que desenvolvem projetos no Laboratório. No momento, aguardamos a chegada de mais seis computadores adquiridos com recurso de um dos projetos financiados.
Procuramos, dessa forma, desenvolver trabalhos articulados ao currículo dos Cursos de Letras, de graduação e pós-graduação, de maneira mais direcionada, atividades que contemplam a formação de professores e pesquisadores interessados em discutir a função social da educação superior e pretendemos, doravante, ampliar e aprimorar essas atividades.
Nesta mesma direção, do ponto de vista teórico, a Pragmática é vista como uma disciplina recente, de fronteiras fluidas… Uma das mais fecundas no cruzamento das pesquisas em filosofia e em linguística (Armengaud, 2006). Enquanto a linguagem, do ponto de vista lógico, encerra na forma as possibilidades de uso da língua, limitando-a e impondo-a, uma vez que a análise lógica parte de um fato para derivar, do ponto de vista pragmático, não se separa o que se diz do como se diz. Por essa razão, o campo de estudos da pragmática estabelece um vínculo entre as reflexões sobre linguagem e a práxis de quem a produz, induzindo o estudioso a essa necessidade de relacionar tais ações.
Nesta perspectiva, a linguagem é tomada como performativa tendo em vista “a ideia de que todos os enunciados, todos os atos de fala, tudo o que dizemos faz” (Pinto, 2007). Entretanto, conforme enfatiza a autora, “fazer” não é um verbo intransitivo e é preciso algum complemento para a continuidade da argumentação (...) em compreender as consequências de uma visão performativa de linguagem (...).
Para corroborar essa visão, é muito importante considerar a necessidade de assumir um comportamento crítico diante do uso que fazemos da própria linguagem lembrando que “o uso da linguagem” de que fala Mey inclui não só o seu uso nas situações do dia a dia, mas também’ seu uso no discurso científico, nas ciências humanas e sociais, inclusive a própria Pragmática.
Nas palavras de Mey:

O interesse crescente na pragmática como uma ciência da linguagem orientada para o usuário naturalmente nos leva à pergunta: Em que sentido a pragmática seria útil para os usuários? Mais especificamente, posto que uma parcela significativa dos usuários de qualquer língua está em situação desigual em relação à sua língua, e num nível mais profundo, por causa da posição de desigualdade na sociedade, parece razoável supor que um entendimento das causas da desigualdade social pode despertar uma maior compreensão do papel da linguagem nos processos sociais e, inversamente, uma consciência renovada da linguagem como expressão da desigualdade social pode nos conduzir em direção àquilo que é com frequência chamado de uso “emancipatório” da linguagem (MEY, 1993, p. 304).


Trabalhar em sala de aula e com a comunidade com vistas ao uso emancipatório da linguagem de modo a fortalecer o currículo de Licenciatura em Letras e o Mestrado em Linguagem, identidade e subjetividade é o principal foco do LET.

Objetivos

Objetivo geral: Utilizar o texto dos mais diversos gêneros para desenvolver trabalhos extensionistas de maneira que se sustentem em procedimentos metodológicos configurados como atividades de ensino e/ou pesquisa, outros dois pilares de sustentação da instituição de ensino superior, e fortaleçam o Curso de Licenciatura em Letras e o Mestrado em Linguagem, Identidade e Subjetividade, tanto do ponto de vista de infraestrutura quanto de conteúdos das áreas específicas.

Objetivos específicos:

• Integrar os trabalhos desenvolvidos por meio dos projetos de pesquisa, pelos acadêmicos nos Cursos de Licenciatura em Letras;
• Integrar os projetos dos orientandos do Mestrado em Linguagem, Identidade e Subjetividade;
• Ampliar a aquisição de recursos para melhoria da infraestrutura do Curso de Licenciatura em Letras;
• Oferecer cursos e minicursos que complementem a formação acadêmica dos graduandos, graduados e pós-graduandos;
• Disponibilizar cursos e disciplinas para acadêmicos de outros Cursos e para a comunidade;
• Desenvolver projetos que envolvam o trabalho com texto junto a comunidades menos assistidas, para as quais nosso trabalho possa mostrar-se socialmente relevante e contribuir para atenuar questões de exclusão;
• Reconsiderar criticamente as práticas a partir da atualização teórica e reflexão didática, com o objetivo de formular e discutir propostas de trabalhos com textos;
• Refletir sobre a prática docente e avaliar a problemática proposta nos documentos oficiais como Diretrizes Curriculares e Parâmetros Curriculares da Educação;
• Proporcionar um espaço de interação entre licenciatura e escolas (ensino fundamental e médio);
• Ofertar minicursos com temáticas voltadas para a produção, recepção e/ou compreensão textual;
• Proporcionar um espaço multidisciplinar de encontro para reflexão, análise e produção de atividades textuais;
• Estreitar a relação do Curso de Letras com a comunidade acadêmica e não acadêmica;
• Criar um espaço para intercâmbio entre as atividades dos Cursos de graduação e de pós-graduação, especialmente nesse momento em que se inicia o Curso de Mestrado em Linguagem, identidade e subjetividade;
• Estimular a criação de grupos de estudos.


Resultados

Em primeiro lugar destaca-se que o LET vem se tornando um espaço de permanência de graduandos e pós-graduandos, os quais utilizam a sala, os computadores e livros disponíveis para estudos e discussões, de maneira que os acadêmicos têm maiores oportunidades de integrar-se e trocar experiências e ideias.
Em segundo lugar, tendo por base o ano de 2011 até o presente momento, destacam-se as seguintes ações de extensão:

1. Cursos:

1.1 Introdução aos Estudos de Pragmática. Coord. Prof.ª Djane Antonucci Correa
1.2 Introdução aos Estudos sobre Crenças e Atitudes Linguísticas. Coord. Prof.ª Leticia Fraga
1.3 O acadêmico e o curso de Licenciatura em Letras: orientações para o ensino, a pesquisa e a extensão. Coord. Profª. Ligia Paula Couto

2. Eventos:

2.1 “A universidade do século XXI”: discussões sobre cultura e diversidade. Coordenação Prof.ª Leticia Fraga.

3. Grupos de estudos:

3.1 Grupo de Estudos do Texto – GETE. Coordenação Prof.ª Eliane Santos Raupp;
3.2 Política linguística e políticas de escrita: entre práticas acadêmicas, sociais e educacionais. Coordenação Prof.ª Djane Antonucci Correa;
3.3 O papel dos estudos sobre Crenças na formação de professores. Coordenação: Prof.ª Letícia Fraga.

3. Projetos
4.1 Laboratório de Estudos do Texto. Coordenação: Prof.ª Djane Antonucci Correa. (Edital PROEXT 6/2009 - MEC/SESu)
4.2 Abordagens Pragmáticas sobre Linguagem e Ensino. Coordenação: Prof.ª Djane Antonucci Correa.
4.3 Consolidação do Laboratório de Estudos do Texto Coordenação: Prof.ª Letícia Fraga. (PRODOCÊNCIA 028/2010 – CAPES – Programa de Consolidação das Licenciaturas).
4.4 Formação de professores de língua em comunidades bi/multilíngues. Coordenação: Prof.ª Letícia Fraga;
4.5 Políticas educacionais e ensino de língua em Mangueirinha/PR: revitalização sociocultural e linguística da identidade Kaingang. Coordenação: Prof.ª Letícia Fraga (Chamada 05/2011, Fundação Araucária).


Conclusões

Os desafios contemporâneos elevam a responsabilidades tanto do professor pesquisador formador quanto do professor pesquisador em formação. Essa designação “professor pesquisador” reporta ao profissional que busca incessantemente aperfeiçoar e rever os modelos institucionalizados de saber, de maneira que sejam saberes emancipadores veiculados por uma linguagem igualmente emancipadora.
As oportunidades com as quais os acadêmicos se deparam atualmente na universidade são consideráveis, tanto no âmbito da extensão quanto do ensino e da pesquisa. Percorrer esses espaços, explorá-los, fazer uso adequado de cada um deles, de acordo com as propostas específicas de estudo pode propiciar a construção de conhecimentos em bases muito mais sólidas.
Cabe à comunidade acadêmica, discentes, docentes, pesquisadores e extensionistas intensificar e diversificar as atividades formadoras, de modo que não só o indivíduo mas a sociedade como um todo seja beneficiada.

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